terça-feira, 23 de agosto de 2011

Policiais são capacitados para atendimento a mulheres vítimas de violência

Mudança no sistema de registro das queixas e humanização na recepção a essas vítimas são principais pontos do curso

Acontece nesta terça-feira (23), na Academia de Polícia Civil, um treinamento para que os policiais atendam melhor as mulheres vítimas de violência que vão às delegacias prestar queixas. A motivação inicial da capacitação é a mudança na forma de registro das queixas, que agora parte dos principais tipos penais que envolvem os casos de violência doméstica.

“Foi feito um levantamento a respeito disso e agora, no momento do registro, já aparece um campo para indicar que pode ter sido este ou aquele tipo de crime, como ameaça, lesão corporal. A ideia é facilitar para a mulher que registra a queixa e para o policial, na hora de adotar as medidas previstas na Lei Maria da Penha”, diz a delegada Lenise Valentim (foto), gestora do Departamento de Polícia da Mulher.

O sistema é informatizado e pode ser encontrado em todas as delegacias. “Com ele, vamos poder, de forma mais rápida, visualizar todas as ocorrências de violência doméstica em todas as delegacias, independentemente de ser especializada ou não. Quando esse número de crimes aumenta, muitas vezes não é um ponto negativo. É porque a mulher passa a confiar mais no sistema do Estado, no trabalho da polícia, e buscar ajuda”, acredita Lenise.

Este ano, até agosto, foram registradas 6.949 queixas; já é um número superior a todo o ano de 2010, que fechou em 6.459 registros. Em 2011, foram solicitadas pela polícia 2.922 medidas protetivas (como aquela para manter o companheiro afastado do lar, por exemplo) e foram envidados para a Justiça 2.283 inquéritos. De janeiro a julho, foram registrados 158 homicídios.

A capacitação, que será oferecida em quatro turmas, cada uma com 45 pessoas, vai reforçar a questão do atendimento humanizado. “Isso é fundamental, porque a mulher procura a polícia numa situação de extrema fragilidade. Vamos falar também do atendimento técnico, porque nosso alvo não são apenas os policiais da Delegacia da Mulher, mas também os de plantão, de qualquer delegacia, de modo que a mulher também possa ser atendida corretamente. E também vamos trabalhar o machismo dos homens dessa polícia”, ressalta a delegada.

Inicialmente, essa capacitação está sendo oferecida para os policiais civis das delegacias do Recife e Região Metropolitana, mas um calendário será montado para chegar até o Sertão.

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