terça-feira, 23 de agosto de 2011

HISTÓRIA DE PERNAMBUCO: PAULO GUERRA

PAULO GUERRA
O político Paulo Pessoa Guerra, pernambucano de Nazaré da Mata, filho de João Pessoa Guerra e de Maria Gaião Pessoa Guerra, nasceu no Engenho Babilônia aos dez dias do mês de dezembro de 1916. Cursou e concluiu os estudos primário, secundário e superior no Ateneu Nazareno, de Nazaré da Mata, no Colégio Marista do Recife (1933), e naFaculdade de Direito do Recife (1935-1938), respectivamente.

O interventor de Pernambuco, Agamenon Magalhães (1937-1945), ao qual Paulo Guerra havia se ligado ao longo de sua vida universitária, teve importante papel na sua trajetória política, iniciada aos 21 anos. Guerra foi nomeado por Agamenon para prefeito das cidades de Orobó (22.8.1938 a 2.5.1940) e de Bezerros (2.5.1940 a 16.7.1941); e o indicou para ocupar a Delegacia Regional do Departamento de Imprensa (DIP) do 2º Distrito do Recife, cargo exercido de 16 de julho até 10 de dezembro de 1942. Ainda em 1942 e até 18 de novembro de 1945, assumiu a direção da Penitenciária Agrícola de Itamaracá.
           Em 1945, indicado pelo senador Etelvino Lins – na época substituto do interventor de Pernambuco –, tornou-se líder político de Igarassu e foi eleito deputado federal constituinte, também sob a influência do então Ministro da Justiça, Agamenon Magalhães, na legenda do Partido Social Democrático (PSD), para a legislatura de 1946 a 1950.         Ideologicamente, Paulo Guerra sempre foi fiel ao PSD, considerado uma das mais tradicionais e maiores agremiações partidárias do País. Em Pernambuco, a criação do Partido foi articulada por Agamenon Magalhães e formado por interventores indicados por Getúlio Vargas, basicamente aqueles que apoiaram as diretrizes do Estado Novo, aliados aos líderes políticos do interior do Estado. Aliás, o poder se manteve nas mãos dos pessedistas nas eleições estaduais dos anos de 1947, 1950, 1952 e 1954. A quebra dessa sucessão de vitórias deu-se no ano de 1958 quando o candidato da União Democrática Nacional (UDN), Cid Sampaio, derrotou o candidato do PSD, Jarbas Maranhão.

A trajetória de Paulo Guerra coincidiu com grandes agitações sociais e políticas que marcaram a história de Pernambuco: a criação do PSD e da UDN, o Estado Novo, fim do pluripartidarismo, instalação do sistema bipartidarista, movimento militar de 1964, entre outros. E nesse fervilhar de acontecimentos, Paulo Guerra continuou fiel ao PSD, mesmo depois de já fazer parte da Aliança Renovadora Nacional (Arena), em 1965.

      Inaugurou sua vida parlamentar percorrendo o caminho inverso aos demais políticos. Primeiro, foi deputado federal (1946, 1950), depois deputado estadual (1954, 1958). Presidiu a Assembléia Legislativa do Estado de Pernambuco (1961-1962); vice-governador na gestão de Miguel Arraes (1962-1964); governador (1964-1967) e senador pela Arena (1970-1977).

          Além das atividades políticas, Paulo Guerra era fazendeiro e dono de engenhos, mas sua grande paixão eram as fazendas de gado. Administrou a Organização Paulo Pessoa Guerra e Filhos, na Fazenda Santa Maria do Tamboril; a Fazenda Olho d’água, em Itauba, Paraíba, e dirigiu um dos maiores cartórios do Recife, o Cartório Paulo Guerra.

          Foi pai de treze filhos, frutos do casamento com Virgínia Borba. Deles, apenas três seguiram a vida pública.

          Destaque-se, do seu mandato, o estímulo à industrialização do Estado através do implemento da eletrificação rural e do abastecimento d’água, a criação da Federação do Ensino Superior de Pernambuco (Fesp), hoje Universidade de Pernambuco (UPE), a construção de rodovias e do hospital do Pronto-Socorro.

              Em sua homenagem, no ano de 1978, foi inaugurada a Ponte Paulo Guerra que liga os bairros do Cabanga ao do Pina, na cidade do Recife e, na década de 1980, o então Instituto Joaquim Nabuco de Pesquisas Sociais (atual Fundação Joaquim Nabuco) construiu edifício que leva seu nome.

Paulo Pessoa Guerra faleceu no dia 9 de julho de 1977.

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