terça-feira, 23 de agosto de 2011

Motoristas estão evitando abastecer com álcool

A gasolina é a preferida para muitos motoristas na hora de encher o tanque. É que o preço do álcool está mais caro na bomba. Apesar de Pernambuco ser um dos maiores produtores de etanol do país.

Por conta da relação preço e produtividade, a bomba do etanol, o álcool combustível, quase não tem sido usada pelos frentistas. Além do rendimento ser menor em relação a gasolina, o álcool está muito mais caro. Os proprietários dos carros flex, que podem ser abastecidos tanto com os dois combustíveis, não têm dúvida: preferem abastecer com gasolina.

"Aqui em Pernambuco não está compensando utilizar o álcool. Ultimamente eu estou abastecendo com gasolina, porque a rentabilidade está mais em conta", dizem a maioria dos motoristas.

Uma pesquisa feita este mês pela Agência Nacional de Petróleo (ANP) confirma o que os consumidores já sentiram no bolso. A pesquisa foi feita nos 26 estados e no distrito federal e em 18 deles, o preço do álcool subiu.

Ainda de acordo com a pesquisa da ANP, o abastecimento com etanol só se mostrou mais econômico em relação à gasolina em quatro estados: Goiás, Mato Grosso, São Paulo e Tocantins.

Especialistas dizem que o uso do álcool só é vantajoso se o litro custar até 70% do preço do litro da gasolina.

Um exemplo: se um posto vende a gasolina por R$ 2,80 e o álcool por R$ 2,30, o preço do litro do álcool equivale a 82% do da gasolina. Só seria vantagem se o litro do álcool fosse de no máximo 70%, ou seja, R$ 1,96.

Em Pernambuco, o alto preço do álcool combustível assusta ainda mais quando se lembra que o estado é produtor de etanol. Para o presidente do Sindicato da Indústria do Açúcar de Pernambuco (Sindaçúcar), Renato Cunha, o preço mais elevado tem relação direta com a produção.

"A safra recém começou na Mata Norte de Pernambuco e não começou ainda na Mata Sul. E se não há oferta de produto na entre safra agora é que começa a safra, a tendência é que os preços melhorem. Esse ano específico, o Centro-Sul do País que responde por 88% da produção, ele tem uma quebra de safra. Ele vai diminuir cerca de 2,4 bilhões de litros em função de questões climáticas. O Nordeste, ao contrário, deverá crescer um pouco a produção. Portanto, o anidro - que é o álcool de mistura a gasolina - está assegurado para o Nordeste e o etanol hidratado ele tem uma tendência a partir do início da safra que está começando agora na Paraíba, no Rio Grande do Norte, no Norte de Pernambuco, há uma tendência de estabilização e de alcançar a competitividade de 70%”, explicou Renato Cunha.

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