quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Ministério do Turismo é novo envolvido em suspeita de corrupção

Ao todo, 35 pessoas ligadas à pasta foram presas em operação da Polícia Federal desgaste político para o PMDB, que responde pelo ministério

Mais um ministério é alvo de suspeitas de corrupção. Agora é o ministro do Turismo quem pede uma comissão para investigar a suspeita de desvio de verbas. Ao todo, 35 pessoas já foram presas e todos os convênios do ministério foram suspensos.

O que aconteceu infelizmente não é novidade. Mais uma vez, trata-se de um caso envolvendo o suposto desvio de dinheiro público, o dinheiro de emendas parlamentares: R$ 3 milhões. Dinheiro que deveria ter sido usado para capacitar profissionais de turismo e que teria sido desviado e destinado a empresas de fachada.

Mais um ministério está sob suspeita. Agora é o do Turismo. Ao todo, R$ 3 milhões de um convênio teriam sido desviados. A Polícia Federal prendeu 35 pessoas em São Paulo, Macapá e Brasília. Três deles são funcionários do ministério.

“Tem o secretário-executivo do Ministério do Turismo, o secretário nacional de Programas e Desenvolvimento do Turismo, o ex-presidente da Embratur também, todos presos preventivamente”, apontou o diretor-executivo da Polícia Federal, Paulo de Tarso Teixeira

O secretário-executivo, Frederico Silva da Costa, foi indicado pelo PMDB com o apoio do PT. O secretário de Desenvolvimento de Programas de Turismo, Colbert Martins da Silva Filho, é outra indicação do PMDB. O ex-secretário executivo e ex-presidente da Embratur, Mario Moysés, trabalhou com a senadora petista Marta Suplicy (PT-SP) quando ela era prefeita de São Paulo.

“Espero efetivamente que as investigações da Polícia Federal apontem efetivamente única e exclusivamente quem tenha responsabilidade ou culpa”, afirmou a ministra das Relações Institucionais, Ideli Salvatti.

De acordo com a polícia, o Instituto IBRASI, contratado para treinar agentes de turismo em Macapá, não fez o treinamento. Fraudou a licitação criando empresas, algumas de fachada, e teria desviado 70% do valor total do convênio.

O líder do PMDB , deputado Henrique Alves (PMDB-RN), diz que o convênio é de dois anos atrás. “Eram outros ministros, outros secretários-executivos e outros diretores na área de turismo. De repente, do nada, deságua esse mundo inteiro como se todas as pessoas fossem prejulgadas como ladrões, como corruptos”, declarou.

A oposição acha que é mais um motivo para criar uma CPI que investigue todas as denúncias de corrupção no governo. “Não adianta. Esse discurso de que está fazendo limpeza, no entanto opera para evitar que a CPI possa ser instalada”, criticou o deputado Antônio Carlos Maganhães Neto (DEM-BA).

A preocupação do governo era que a operação da Polícia Federal pudesse parecer perseguição política. Depois das prisões, o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, conversou com o vice-presidente, Michel Temer, que é do PMDB, e disse que tudo foi feito por determinação da Justiça.

“Não tem dúvida de que um assunto dessa natureza desgasta um partido, mas acho que se deve investigar o máximo possível até onde possa se investigar”, afirmou o presidente do Senado, senador José Sarney (PMDB-AP).

Já são dois ministérios comandados pelo PMDB com denúncias de corrupção: Turismo e Agricultura. “Eu estou confiante de que aqueles companheiros que não tiverem nenhuma culpa serão isentados lá no Ministério do Turismo como em qualquer outro, como é prórprio do Estado de direito”, disse o ministro da Agricultura, Wagner Rossi.

Os funcionários do Ministério do Turismo presos pela Polícia Federal vão ficar afastados das funções durante a investigação, de acordo com nota do ministério. O ministro do Turismo, Pedro Novais, informou que pediu a abertura de uma investigação na Controladoria Geral da União.

O advogado de Mário Moysés negou todas as acusações e disse que vai entrar com um pedido de habeas corpus para tentar a libertação do cliente. A direção da IBRASI declarou que não vai comentar as denúncias neste momento. A senadora Marta Suplicy também não quis comentar o assunto.

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