sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Suspeitos de envolvimento em morte de jovem em quartel são libertados

Os três soldados suspeitos de envolvimento na morte da jovem Monique Valéria Miranda (foto 1), 20 anos, domingo (07), num quarto de um hotel de trânsito, dentro do Parque de Material Aeronáutico do Recife (foto 2), no bairro do Ibura, foram soltos na tarde desta quinta-feira (11).

Eles estavam presos administrativamente desde o ocorrrido, por abandono de posto. Durante a investigação, os soldados continuam "afastados de todo e qualquer serviço armado", conforme nota oficial divulgada pelo Comando da Aeronáutica. Leia abaixo, na íntegra.

"O Comando da Aeronáutica informa que recebeu hoje, 11 de agosto, através de alvarás de soltura expedidos pelo Juízo da 7ª Auditoria da Justiça Militar, ordem concedendo liberdade provisória aos soldados presos em flagrante no último dia 07 de agosto.

Por determinação do Exmo. Sr Comandante do II COMAR esses militares permanecerão afastados de todo e qualquer serviço armado.

As oitivas relativas à investigação policial para apurar as circunstâncias da morte de Monique Valéria de Miranda Costa serão realizadas dia 12 de agosto na sede do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP).

Por fim, cabe ressaltar que permanecem em andamento as investigações referentes ao Inquérito Policial Militar instaurado pelo Parque de Material Aeronáutico de Recife com o objetivo de determinar os responsáveis pelo ingresso de pessoas estranhas àquela Organização na noite da ocorrência".

No dia do ocorrido, Monique entrou no quartel com mais duas amigas, Monique de Freitas da Silva e Mércia Cristina Vieira da Silva (foto 3, da esquerda para direita), onde se encontraram com os três soldados da Aeronáutica; as jovens brincavam e tiravam fotos com as armas quando uma pistola 9mm disparou e atingiu a vítima no rosto. No momento do disparo, a pistola estava nas mãos de Monique de Freitas.

A polícia investiga se o crime teria sido facilitado por um dos soldados. “Houve um momento em que um soldado pegou a arma e saiu do quarto, afirmando que iria assinar a folha de ponto. Quando ele voltou, teria entregado a mesma, carregada, a uma das moças e em seguida o disparo aconteceu. A intenção do soldado em entregar a arma municiada está sendo investigada”, afirmou o delegado Igor Leite, do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), que está à frente da investigação.

Os três soldados devem depor na tarde desta sexta-feira (12), na sede do DHPP. Os pais da jovem morta foram ouvidos pelo delegado Igor Leite na manhã desta quinta.

Na última quarta, após ouvir os depoimentos das testemunhas e de dois parentes delas, Leite informou que os envolvidos podem ser indiciados ainda por fraude processual. "Os depoimentos colhidos no dia de hoje, principalmente da autora do disparo e da testemunha ocular, indicam que, na verdade, não houve um socorro prestado à vitima após o disparo. Um dos soldados teria constatado pela pulsação que a vítima já teria falecido, e então, com o intuito de ocultar a ação criminosa, ele teria simulado o socorro e solicitado que fosse feita a limpeza no local do crime, além de buscar a munição para substituir a que tinha sido deflagrada. Então, na verdade, o que houve foi a intenção de fraudar a cena do crime, que é crime de fraude processual", explicou.

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