Agosto chegou ao fim com mais um balanço preocupante para a segurança pública em Pernambuco. Os dados preliminares do mês registram 270 assassinatos em todo o Estado. Sete a menos do que em agosto de 2010. A redução não foi suficiente para que a meta de 12% do Pacto pela Vida fosse atingida. No acumulado do ano (de janeiro a agosto), 2011 tem 25 homicídios a mais do que 2010.
A expectativa do governo era de um mês menos violento, mas o último fim de semana de agosto frustrou o plano. Foram 38 assassinatos no Estado em apenas dois dias. O domingo, em particular, teve 23, praticamente um homicídio por hora.
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Até mesmo áreas que não estavam mais entrando na lista de violentas, como Santo Amaro, na capital, voltaram a anotar assassinatos. Quatro jovens foram perseguidos e baleados durante a tarde da última quarta-feira, pelas ruas do bairro. Dois deles morreram.
Em agosto, a polícia ainda registrou uma chacina no Janga, em Paulista, na Região Metropolitana, e um latrocínio na Cabanga, área central do Recife.
“Tivemos algumas situações no mês passado, com as quais não vínhamos nos deparando há algum tempo. O importante é que mesmo assim, as estratégias adotadas deram resultado e conseguimos reduzir o número de homicídios. Isso nos dá ânimo para encarar o desafio dos quatro meses restantes e buscar atingir nossa meta de 12%”, frisou o secretário de Defesa Social, Wilson Damázio.
A estratégia de que fala o secretário consiste em priorizar a busca e prisão de homicidas. Cada um dos comandantes, das 26 áreas integradas nas quais o Estado foi dividido, tem uma lista de suspeitos a serem procurados. São homens e mulheres que cometeram assassinatos e estão foragidos.
“São criminosos que cometeram mais de um homicídio e que por alguma razão estão em liberdade. Existe um número muito grande de mandados de prisão, por vários tipos de delito, a cumprir. Selecionamos aqueles dos acusados de serem assassinos contumazes como prioridade”, alertou o secretário de Defesa Social, Wilson Damázio.
O cadastro dos mais procurados é dividido da seguinte forma: 600 assassinos que têm mandado de prisão, 100 acusados que a Justiça ainda não havia expedido mandado, mas que tiveram a ordem solicitada pela polícia e 50 detentos do regime semiaberto que não estavam obedecendo às regras de pernoite na cadeia ou de comparecimento ao emprego.
Em nenhum mês de 2011, o governo do Estado conseguiu atingir a meta de redução de 12% na taxa de homicídios. Pior, em março, abril e julho, houve aumento da violência. Nos outros cinco meses, a queda foi bem mais tímida do que a projetada. O resultado é que nos quatro meses restantes seria necessário que a média de execuções em Pernambuco não ultrapassasse 170 casos. Números só obtidos pelas autoridades no início da década de 90.
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